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domingo, 11 de outubro de 2015

Eu mijarei na Vieira Souto

eu mijarei na Vieira Souto
em frente à cobertura de algum global
meu pau pra fora
chamará mais atenção que a orla
e enquanto ele assiste afoito
ao não-convite do coito anal
pensará que é teste do sofá
ou coisa de gente do Vidigal

eu mijarei na Vieira Souto não porque sou mau
mijarei porque mijar é preciso
a direção, imprecisa
não sabem vocês
sempre reclamam de usar a privada
depois da minha vez
procurei por uma
pra dar aquela aliviada
e em suma
nada

eu mijarei na Vieira Souto
deixarei meu recado
não será pouco
meu recado mijado
no pneu de um Porsche
um aviso no poste
bebam sua água de coco
eu mijarei na Vieira Souto

Solta o preso, delegado!

a roda dos rodados rodava
daqui pra lá, de lá pra cá, do jeito certo e do avesso
não precisava mandar o delegado soltar o preso
o preso já era livre
no calibre daquela noite
daquela hora
entre três fumaças
e uma marola

até que o chapa chapou
chispou chapado
e chamou chateado
e uma voz uníssona falou
solta o preso, delegado!
esquece um pouco do isqueiro
e solta o preso no banheiro!

a coordenação torta
contra o porte da porta
outra tentativa fracassada
outra risada
outra tentativa
outra risada coletiva

renovamos a fé
ao dar uma mão
demos o pé
e cada pesada
foi lembrada na escada
e descendo as escadas
mais risadas
lembranças pra serem lembradas
até quando der 


sábado, 3 de outubro de 2015

Cair pra cima

tanto lugar pra cair
tropecei
e parei aqui

a vida pregando peça
quem diria
até quando o poeta tropeça
é poesia