Tire a roupa do dia-a-dia
ela terá você pelo resto do ano
guarde-a numa gaveta fria
para o retorno ao cotidiano.
Hoje é a vez da fantasia
- aquela por debaixo do pano -
fazer-te reencontrar com a alegria
de um folião soberano.
4 são mais do que 361
a quarta tem cinzas de um final de domingo
até lá é laiá, laiá, laiá
sem axé baiano ou funk proibido
indo atrás da marchinha
de quando nem se era nascido.
Tudo para e vara a madrugada
o funcionário não presta conta das bocas que beija
dos documentos que pega (e não se apega)
dos horários
dos limites do corpo
o contrato é temporário
ano que vem, renova-se de novo.
Quando o confete acabar
e a serpentina ficar mal
sozinha pra brincar
então será o sinal
de recolher o que sobrar
com um novo dia cheio de moral
impondo as chatices que há
quando não se tem carnaval.
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4 comentários:
Dio,
Este espaço está lindo!
Como sempre, seus poemas superam!
Poesia, é mesmo um tempo à parte!
Ao entrar aqui, neste espaço-tempo de seus versos, vejo que tudo é mesmo eterno, imenso e lindo!
bjs poéticos!
Eurídice
Muito legal o poema! Abraços.
Eu não sei o que dizer, apenas parabenizá-lo pelo seu trabalho (que por sinal é lindo).
Beijos!
E ótimo carnaval!!!
Nossa, amor, deu até vontade de gostar de carnaval.
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