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terça-feira, 27 de julho de 2010

Quadrilha de um só (A Bruxa e eu)

Eu matei José
Atirei-lhe uma pedra no focinho
Bebi conhaque paraguaio
No meio do caminho

Torto, torto, torto.

Raimundo também foi morto
Não acharam rima ou solução no corpo
Não fui eu, foi a bruxa
Sem sentimento nas mãos
E todo o vazio do mundo.

Esquartejamos juntos o elefante
Da criança de qualquer tempo
Rasgamos o vestido de outra mãe
Com ela dentro.

Vã não é a luta
É a procura ditada pela recusa
Não dói, minha bruxa
minha musa.

Largue-me por aí sem pilha
Esta quadrilha de um só
O impossível é ruim
O possível, pior.

Um comentário:

Anônimo disse...

Diógenes, tudo belo?
Li lá a quadrilha de um só.
São legais as referências drummonianas.
Mas creio que faltou ao poema uma certa realização poética, uma tensão, uma concreção de objeto lírico que se sustenta por si.

Há um jogo de inteligência, de gente que lê e reage, mas acho que esse poema fica melhor como letra de música.
Isso não é uma desvalorização, mas a sensação de que esse poema, assim como outros que li no seu blog, precisam de um suporte cantado para que eles se realizem plenamente, para que alcancem uma tridimensão de objeto autonomo.

Há muita coisa boa. Acho que vai no rumo.
Grande abraço.
Mario Newman