Falávamos de bebidas, mulheres, futebol,
drogas, música, arte,
teores alcoólicos, gostosas nuas, sistemas táticos,
substâncias, bandas, livros...
entre peidos, arrotos, palavrões,
gritos e coçadas no saco...
sem esposas, noivas, namoradas,
mães, tias, avós...
Éramos bêbados, mulherengos, torcedores,
mal educados, largados, felizes,
livres...
Um dia a namorada foi embora
a noiva jogou o anel fora
a esposa sumiu com os filhos
a mãe largou o pai
a tia fugiu com o vizinho
a avó encontrou o avô no céu...
E antes que morrêssemos de cirrose
que ficássemos sem voz
que sumissem os palavrões
que queimassem os livros
que censurassem a sacanagem...
soubemos que a namorada levara um pé na bunda
que a noiva virara puta
que a esposa vendera os filhos
que a mãe morrera na mão do amante
que a tia sumira do mapa
que a avó caíra no esquecimento...
e todas voltaram sem nome, sobrenome,
pronome, definição, designação,
sentido fechado, signo reduzido...
voltaram em cada gota, em cada trago,
em cada comentário, em cada gesto,
em cada um...
no que falávamos, no que éramos.
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2 comentários:
Gostei muito desse poema, só q não sei fazer belos comentários, só sei dizer q emociona.
e q eu te amo.
Bela homenagem, Dio!
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