A situação da literatura no século XXI (dos anos 80 e 90 até os dias atuais) está calcada numa ética diretamente voltada para a pós-modernidade cuja consequência social e cultural é oriunda de um estágio do capitalismo. Não se trata de uma revolução (do moderno para o pós-moderno) e sim de uma mutação. A força do capital transforma as pessoas em uma sociedade menos humanizada: a ploriferação dos shoppings, o acesso a tecnologia de forma barata e a integração de todos a uma rede de comunicação são algumas das características mais básicas do capitalismo na pós-modernidade. A questão do capital também aparece na literatura a partir do momento em que não há mais a diferença entre erudito/popular, ficção e realidade, gêneros, estilos, etc. Tudo vira uma coisa só dentro de um âmbito mercadológico. A estética da arte também é afetada pelo capitalismo (responsável por transformar os ideais humanistas em consumo). Os ideais que existiam anteriormente - a vanguarda acreditava na possibilidade de mudar a sociedade criticando o que havia para derrubar e colocar algo novo no lugar, por exemplo - caem por terra. A arte é imediatista, artificial e pouco (ou quase nada) engajadora. Enquanto a vanguarda, com seus ideais humanistas, transmite a idéia de escola, de seguidores, a arte atual não segue escola de vanguarda alguma nem cria escola ou seguidores. Ela apenas se contenta com sua manifestação imediata sem buscar nada além disso.
Os meios de comunicação de massa contribuem de forma significativa para o cenário pós-moderno. Antes o livro era o meio que o poeta/escritor tinha de divulgar sua obra. Porém, com a pós-modernidade, aparecem outras possibilidades (blogs, orkut, a internet em geral) que fazem o poeta/escritor ser lido por milhares de pessoas. Esses novos meios (televisão, rádio, internet, etc) modificam a forma de expressão. Na verdade, eles se tornam parte da expressão e isto implica na modificação do receptor diante do meio que se apresenta a sua frente. Os meios de comunicação que surgem são tão majoritários (ao contrário do livro, minoritário) que se tornam mais importantes que a mensagem (um filme feito para o cinema, por exemplo, perde sua força na televisão).
sexta-feira, 8 de maio de 2009
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