Translate

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Inconformado

Não se conforme conforme a forma
tenha fome para além da fôrma
não seja morno diante da norma
e a mordaça, que se morda!

Confirme com firme posição
e a algema, que gema clara ao povo
pré-velada na privada da nação
estafada de tanto estorvo.

Tapar tapas na cara é caro
calar a fala é o calo
que não cala.

Que valha a navalha até o ralo
e só resvale o que vale do faro
vindo da vala.

domingo, 27 de novembro de 2011

Nu
dos outros
é ré
fresco!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Clã-destinos

Claustrofóbica clandestinidade
voluntária ou não
mentiras e verdades dão as mãos
contraponto
contradição
ctrl c
ctrl v
a consolidação do ver pra crer.

Mercadoria e mercado
jogam o jogo jogado
a esperança leva um balde de água fria
na racionalização da utopia.

Se a palavra é yankee
o poeta é talibã
em cada atentado
um afã
um vício
holocausto
genocídio
Mefistófoles, Fausto
Diógenes fictício.

Vendem-se dias de primavera
só há desordem nas letras
a morte na merda
com o nome nas estrelas
os louros da eternidade
não dão conta
não valem um conto
diante da grande bomba.

Restam as ruas nuas
as esquinas assassinas
os encontros
os pontos de companhia
o tráfico
a distribuição
o público ávido do ácido
que brota da escuridão.

domingo, 13 de novembro de 2011

Entrevista

Entrevista cedida a Selmo Vasconcellos no blog http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com/
Carioca, nascido na Tijuca e criado em Quintino, teve pouco contato com livros na infância. Foi na adolescência que as palavras o acordaram para a vida literária pelo acorde do Rock ‘n’ Roll. É poeta (autor da plaquete “Os Sete Espelhos Quebrados” e do projeto “1,99 – Poesia até o último centavo”), colunista da rádio Poesia Mix (www.poesiamix.com.br), cronista, cantor e compositor – tem uma banda chamada Lâmina Blue (www.myspace.com/laminablue). No mais, é professor de Inglês e cursa a pós-graduação em Literatura Brasileira na UERJ. Além das publicações em seu próprio blog (www.diocostapoemas.blogspot.com), teve o poema “Descervejados” publicado no blog do Corujão da Poesia (www.corujaodapoesiaedamusica) e o poema “Cárcere” publicado na segunda edição do Jornal com Letras da Faculdade CCAA – jornal que ainda publicou duas de suas crônicas (“Nem só de Pan vive o homem” e “A gosto”), além de ter um texto seu (que está no seu blog assim como os outros dois citados anteriormente) lido no coquetel de lançamento do próprio jornal. No carnaval de 2011 distribuiu, pelas ruas do Rio, exemplares do poema “Encarna” e atualmente circula pela cena poética carioca.
SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever? DIO COSTA - Além de escrever, dou aulas de Inglês e canto em uma banda de Rock: a Lâmina Blue. Ah, não posso esquecer de mencionar o curso de pós-graduação em literatura brasileira na UERJ do qual sou aluno. Mas, de certa forma, este curso tem algo a ver com a escrita, não é mesmo? SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário? DIO COSTA - Surgiu na adolescência com o Renato Russo. Muito me intrigava chamarem de “poeta” um cara novo que era vocalista de banda de Rock – a antítese da imagem de poeta construída por influência da escola (aquele sujeito velho ou então já defunto que não tinha a empatia dos meus amigos). O Renato foi a porta para a descoberta de outros nomes do Rock ‘n’ Roll e da MPB (Jim Morrison, Cazuza, Bob Dylan, Chico Buarque e Caetano Veloso, por exemplo) que também flertam ou flertaram com a poesia. A partir de então, comecei a escrever as minhas próprias letras de música sem deixar de acompanhar artistas que falavam em Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Arthur Rimbaud e outros. Naturalmente, meu interesse musical criou laços afetivos com a literatura. Logo os primeiros poemas vieram. Não é à toa que muitos dos meus poemas têm a estrutura semelhante à de letra de música. Não vamos entrar no mérito do que é letra de música e o que é poesia ou se são a mesma coisa. Teríamos que fazer uma entrevista só para falar disso. Mas posso dizer que, se são diferentes, elas se confundem na minha poética. SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados? DIO COSTA - Ter um livro publicado ainda é uma meta. O que tenho publicado, de forma independente, é uma plaquete, da época de faculdade, chamada “Os Sete Espelhos Quebrados” e também um projeto intitulado “1,99 – Poesia até o último centavo”, cuja ideia era juntar dois poemas através de uma moeda de 1 centavo na capa do projeto. E o preço? 1, 99. Com o 1 centavo de troco. SELMO VASCONCELLOS - Qual (is) o (s) impacto (s) que propicia (m) atmosfera (s) capaz (es) de produzir poesia? DIO COSTA - O primeiro impacto é uma avalanche pessoal. O que sobra é o embate artístico-poético com uma participação social que a poesia tem na história. É fazer da poesia um campo atuante na consolidação de um grupo, de um povo, sem perder o conteúdo que a eleva à posição de arte. A poesia advém de uma luta que não se ganha nem se perde. Apenas se luta – e a luta da qual se faz poesia é a vitória do poeta. SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira? DIO COSTA - Rimbaud, Blake, Drummond, Augusto dos Anjos, Shakespeare, Machado, Antônio Cícero, Clarice Lispector, Thoreau, Coleridge, Roberto Piva, Cacaso, Mallarmé, Paulo Leminski, Chacal, Ana Cristina César, Bocage, Rousseau, Wordsworth, Lord Byron, Shelley, Keats, Goethe, Vitor Hugo, Gregório de Matos, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Sousândrade, Ginsberg, Aldous Huxley, Burroughs, Flaubert, Dickens, Dostoiévski, Conrad, Mário e Oswald de Andrade, Maiakóvski, Kafka, Virginia Woolf, Torquato Neto, Geraldo Carneiro, Wally Salomão, Murilo Mendes e Rubião, Walt Whitman, Baudelaire, Gullar e Dante Alighieri, entre outros. SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas? DIO COSTA - Deixem ser escolhidos pela poesia – ela se encarrega de todo o resto.