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sexta-feira, 23 de março de 2012

Nada direito

Não recuse meu copo
como se fôssemos distantes
já trocamos saliva antes
nem quando éramos estranhos
deixamos de cruzar nossos olhos castanhos.

Pode negar
fazer escarcéu
mas vivo nos seus pensamentos sem pagar aluguel.

Pode chiar
dizer que não
mas guio sua vida sem carteira de habilitação.

Não sei direito o que quero
só não quero nada direito
não quero o que já sei
não é do meu jeito
não sei o que vai ser
não sei no que vai dar
só sei que eu não sei
e o que sei, sei lá!

Por onde suas mãos viajaram?
Em quais esquinas seus dedos dobraram?
Obedeceram aos apelos dos relevos?
Pegaram carona com os mais íntimos dos desejos?
As unhas deixaram rastro?
Soou o alarme do seu corpo?
Pêlo
pele
pescoço...

Não sei direito o que quero
só não quero nada direito
não quero o que já sei
não é do meu jeito
não sei o que vai ser
não sei no que vai dar
só sei que eu não sei
e o que sei, sei lá!