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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Intervalo

Sentido
sem tido
tempo
de temperá-lo
me interno
no seu intervalo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Um por todos

Falávamos de bebidas, mulheres, futebol,
drogas, música, arte,
teores alcoólicos, gostosas nuas, sistemas táticos,
substâncias, bandas, livros...
entre peidos, arrotos, palavrões,
gritos e coçadas no saco...
sem esposas, noivas, namoradas,
mães, tias, avós...

Éramos bêbados, mulherengos, torcedores,
mal educados, largados, felizes,
livres...

Um dia a namorada foi embora
a noiva jogou o anel fora
a esposa sumiu com os filhos
a mãe largou o pai
a tia fugiu com o vizinho
a avó encontrou o avô no céu...

E antes que morrêssemos de cirrose
que ficássemos sem voz
que sumissem os palavrões
que queimassem os livros
que censurassem a sacanagem...

soubemos que a namorada levara um pé na bunda
que a noiva virara puta
que a esposa vendera os filhos
que a mãe morrera na mão do amante
que a tia sumira do mapa
que a avó caíra no esquecimento...

e todas voltaram sem nome, sobrenome,
pronome, definição, designação,
sentido fechado, signo reduzido...
voltaram em cada gota, em cada trago,
em cada comentário, em cada gesto,
em cada um...
no que falávamos, no que éramos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Diniz

Diz, Diniz:
quadro branco ou a giz?
Versos pensados ou febrís?
O que te faz feliz?
Conseguir?
Ficar por um triz?
O que te faz pedir bis, Diniz?

Diniz:
com o mar temos um elo
cujas ondas nos fizeram um favor
troxeram Diniz, o professor
e ganhamos o amigo Marcelo.