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domingo, 12 de junho de 2011

Amor é fogo

Ainda que eu chupasse sua língua uns 10 anos
que eu chupasse sua língua aos montes
êh, calor!
Mais longe eu iria.

Amor é fogo...
que dá e faz querer fuder.
É ferida...
que não impede a mão saliente.
É um contentamento...
de quem gozou e ri cheio de dentes.
É dor...
que vira gemidos de prazer.

É um não-querer...
de quem "não quer" mas vai ceder.
É solitário...
bater uma secretamente.
É nunca contentar-se...
e ser insistente.
É cuidar...
pra ter sempre quem comer.

Ainda que eu chupasse sua língua uns 10 anos
e chupasse sua língua aos montes
êh, calor!
Mais longe eu iria.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Poema para não ser lido em público (e só para si)

Eu gostaria de dizer algumas palavras
mas as palavras que eu gostaria de dizer
são palavras que não gostam de ser ditas
são palavras arredias
palavras corporativas
pregam peça na exposição do que não é palavra
do que não é puramente palavra e só palavra.

As palavras não tem corpo, rosto, voz, ouvidos
as palavras não tem sangue, veias, entranhas, nervos
as palavras tem a si
o olhar de fora não vai dentro da palavra
as palavras tem fim sem fundo.

Eu gostaria de dizer algumas
mas as que eu gostaria de dizer
não gostam de passar batidas
nem são suicidas
preferem secar aos poucos
diminuir sem pressa
cair brigando com a gravidade
até dormir sem dar até.

Eu gostaria de dizê-las
mas as que eu gostaria
não gostam
elas preferem dizer...