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domingo, 6 de abril de 2014

Culpa

o rosto colado na janela vê a singularidade passar acorrentada nas masmorras do coletivo sem trilha sonora radiofônica e jabazeira

cortei a garganta do programador da última rádio do meu dial antes que ele dissesse que estava apenas cumprindo ordens

peguei um ônibus na rodoviária e fui embora antes que alguém aparecesse pra me agradecer

os fantasmas das estradas são almas depenadas à espera da companhia daquele rosto colado no lado de fora do vidro

eu sigo viagem e durmo profundamente o sono dos culpados

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