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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Branco-virgem

O branco-virgem do papel
É convite ao estupro
Criança inocente
Calada
Estática
Prende o choro
E vê o homem sujo:
Ele vomita rios
Mares
Oceanos de sangue
Na velocidade de um gozo fora da lei.

Banquete a ser devorado
Pernas abertas
Quentes
Livres
Induzem o marginal
Ele se lambuza
E não recusa o animal em si.

Toda intensidade
E todo papel
Possuem um anel
De compromisso.

A pureza da planície branca
É cabaço
É lazer
É ofício.




  • Quinto poema da plaquete "Os Sete Espelhos Quebrados".

Um comentário:

Daniel Andrade disse...

cara, esse foi um dos poemas que mais gostei dentre aqueles da plaquete!

abração!