Querido cordão umbilical
que liga o homem são quando apronta
à outra ponta
a visceral
por quê não o deixa?
Larga-o sempre por aí
seco como uma ameixa
depois de sugá-lo
até a última gota
e quando ele apronta outra
lá está você
o elo entre o sensato
e o outro lado do ser.
No labirinto
de vinho e absinto
você espera na porta
a voz embaralhada
tonta e torta
da carta marcada
na rota.
Companheiro
amigo
porquê leva e traz contigo
sua presa na mão
cuja mão já é presa
na correnteza
da transgressão?
Nos conduz
para onde estamos
sem luz
sem planos
há cem anos
do final que filmamos
vamos do bem ao mal
pela diversão
no cordão umbilical
da contramão.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
A visão de mundo da obra de Augusto dos Anjos no poema "O Pântano".
O PÂNTANO
Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!...
Mas, para mim que a Natureza escuto,
Este pântano é o túmulo absoluto,
De todas as grandezas começantes!
Larvas desconhecidas de gigantes
Sobre o seu leito de peçonha e luto
Dormem tranqüilamente o sono bruto
Dos superorganismos ainda infantes!
Em sua estagnação arde uma raça,
Tragicamente, à espera de quem passa
Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta...
E eu sinto a angústia dessa raça ardente
Condenada a esperar perpetuamente
No universo esmagado da água morte!
O Pré-Modernismo marca a transição de valores estéticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava socialmente. Entretanto, os poetas pré-modernistas não queriam enfrentar essas questões e tinham na evasão um meio de fuga. Sua literatura tem como proposta uma claridade de visão (uma posição radicalmente contra o Simbolismo). Augusto dos Anjos é um dos poetas pré-modernistas mais importantes. Sua metáfora é chocante e cristalina (ao contrário das imagens simbolistas). Sua tendência é pessimista e ainda aborda a escatologia do ser humano no sentido físico, científico.
No poema "O Pântano", o eu-lírico usa o pântano como uma metáfora pessimista do meio onde vive com seus semelhantes: "Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!.../Mas, para mim que a Natureza escuto/Este pântano é o túmulo absoluto/ de todas as grandezas começantes!". A "Natureza" é uma alegoria (não tão subjetiva quanto o que existe no Simbolismo) que significa a vida. O eu-lírico ouve a vida como só um poeta é capaz (dando a entender que o eu-lírico aqui é o próprio Augusto dos Anjos).
No verso "Em sua estagnação arde uma raça", há a abordagem de uma questão moderna: o tempo. Estagnado, parado, o tempo passa e a não-ação é uma morte em andamento. O movimento é o que produz. E mesmo que este movimento vá parar na morte, esta morte não é o fim, pois o movimento, a produção é sagrada, enquanto a não-ação é condenada.
Já no fim do poema, há a idéia de matéria versus alma (muito presente na obra de Augusto dos Anjos). A matéria é o corpo que trabalha como a prisão da alma e o ser humano está condenado a viver sua vida até encontrar a morte, a musa desejada que o liberta. "E eu sinto a angústia dessa raça ardente/condenada a esperar perpetuamente/no universo esmagado da água morte".
Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!...
Mas, para mim que a Natureza escuto,
Este pântano é o túmulo absoluto,
De todas as grandezas começantes!
Larvas desconhecidas de gigantes
Sobre o seu leito de peçonha e luto
Dormem tranqüilamente o sono bruto
Dos superorganismos ainda infantes!
Em sua estagnação arde uma raça,
Tragicamente, à espera de quem passa
Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta...
E eu sinto a angústia dessa raça ardente
Condenada a esperar perpetuamente
No universo esmagado da água morte!
O Pré-Modernismo marca a transição de valores estéticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava socialmente. Entretanto, os poetas pré-modernistas não queriam enfrentar essas questões e tinham na evasão um meio de fuga. Sua literatura tem como proposta uma claridade de visão (uma posição radicalmente contra o Simbolismo). Augusto dos Anjos é um dos poetas pré-modernistas mais importantes. Sua metáfora é chocante e cristalina (ao contrário das imagens simbolistas). Sua tendência é pessimista e ainda aborda a escatologia do ser humano no sentido físico, científico.
No poema "O Pântano", o eu-lírico usa o pântano como uma metáfora pessimista do meio onde vive com seus semelhantes: "Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!.../Mas, para mim que a Natureza escuto/Este pântano é o túmulo absoluto/ de todas as grandezas começantes!". A "Natureza" é uma alegoria (não tão subjetiva quanto o que existe no Simbolismo) que significa a vida. O eu-lírico ouve a vida como só um poeta é capaz (dando a entender que o eu-lírico aqui é o próprio Augusto dos Anjos).
No verso "Em sua estagnação arde uma raça", há a abordagem de uma questão moderna: o tempo. Estagnado, parado, o tempo passa e a não-ação é uma morte em andamento. O movimento é o que produz. E mesmo que este movimento vá parar na morte, esta morte não é o fim, pois o movimento, a produção é sagrada, enquanto a não-ação é condenada.
Já no fim do poema, há a idéia de matéria versus alma (muito presente na obra de Augusto dos Anjos). A matéria é o corpo que trabalha como a prisão da alma e o ser humano está condenado a viver sua vida até encontrar a morte, a musa desejada que o liberta. "E eu sinto a angústia dessa raça ardente/condenada a esperar perpetuamente/no universo esmagado da água morte".
O preconceito racial em "Clara dos Anjos".
No romance "Clara dos Anjos", Lima Barreto denuncia asperamente o preconceito racial e social que é vivido pela jovem suburbana que dá nome à sua obra.
Clara é uma pobre mulata, filha de carteiro, que acaba sendo iludida e desprezada por um rapaz tão humilde quanto ela (Cassi), não adiantando a excessiva cautela da família com sua filha. O autor retrata em sua personagem principal o drama de tantas outras meninas mulatas que também vivem no subúrbio e são seduzidas para logo depois serem desprezadas. Assim, Clara é mais que uma personagem: é um elemento metonímico, pois representa todo um universo feminino que ainda acreditava em príncipe encantado e amor à primeira vista.
Clara é uma pobre mulata, filha de carteiro, que acaba sendo iludida e desprezada por um rapaz tão humilde quanto ela (Cassi), não adiantando a excessiva cautela da família com sua filha. O autor retrata em sua personagem principal o drama de tantas outras meninas mulatas que também vivem no subúrbio e são seduzidas para logo depois serem desprezadas. Assim, Clara é mais que uma personagem: é um elemento metonímico, pois representa todo um universo feminino que ainda acreditava em príncipe encantado e amor à primeira vista.
O dialogismo e o multiperspectivismo na obra machadiana, de acordo com o capítulo XXI ("O Almocreve") em "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
A narrativa machadiana segue o conceito dialético não só pelo diálogo entre os personagens mas também pela conversa que o narrador tem com o leitor. Nesta arte de contradizer idéias para surgir novas idéias, há a tentativa de um convencer o outro, e esse jogo existe na obra de Machado. É esta a técnica usada por ele para ganhar o leitor para si. No capítulo XXI ("O Almocreve"), Brás e seu jumento parecem estudar um ao outro. E mesmo o romance sendo narrado em primeira pessoa (por Brás Cubas), há possibilidades, espaços nesta narrativa para personagens e reflexões.
Estes vários pontos de vista fazem o leitor compreender que não há uma grande verdade absoluta e sim várias verdades, todas transitórias.
Estes vários pontos de vista fazem o leitor compreender que não há uma grande verdade absoluta e sim várias verdades, todas transitórias.
Alguns aspectos da estratégia narrativa em "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
O insulto à verossimilhança e ao senso comum surgem com a presença de um defunto narrador que não respeita o conceito de tempo em sua narrativa, o que muito sugere um enfrentamento do autor de "Memórias Póstumas..." com as propostas do Realismo/Naturalismo, cantadas em verso e prosa. Essa atitude vai contra a idéia de mímeses, da imitação, pois Machado de Assis funde idéias diferentes e, assim, caminha para um paradoxo, quebrando o elo de reprodução literária. Com altas doses de cinismo e ironia, o tom do narrador propõe uma postura crítica da sociedade (que passa longe tanto da mitificação de uma natureza selvagem como símbolo de essência da nação quanto ao auto-mitificação que é expressa no contexto romântico).
Brás, por várias vezes, interrompe a intriga para fazer comentários que, aparentemente, parecem não ser relevantes. Entretanto, ao fim do romance, uma unidade é formada e o leitor, espantado com as idas e vindas dentro da obra, reconhece um conjunto harmonioso e verdadeiro.
Brás, por várias vezes, interrompe a intriga para fazer comentários que, aparentemente, parecem não ser relevantes. Entretanto, ao fim do romance, uma unidade é formada e o leitor, espantado com as idas e vindas dentro da obra, reconhece um conjunto harmonioso e verdadeiro.
"Bartleby" - Melville's tale
Bartleby is a scrivener that answers an ad of the office where the narrator (the boss) and Nippers and Turkey (two scriveners) work. The narrator, first, imagines that Bartleby will calm the temperaments of the other scriveners. However, when he listens to the first of Bartleby's many refusals, the dismay of the narrator and the irritation of the other employees are explicit.
Bartleby does not seem to have place in society. When he is asked about something, he always says: "I would prefer not to". The story happens in a Wall Street office, a place of movement. Bartleby is the irony of the story. He is the contrast, a stationary character.
There is also the idea of conformity against nonconformity. Bartleby insists on his "I would prefer not to". In the end of the story, he dies from starvation because he "preferred no to" eat. At the same time, the movement in Wall Street does not stop. That is society's progress.
Bartleby does not seem to have place in society. When he is asked about something, he always says: "I would prefer not to". The story happens in a Wall Street office, a place of movement. Bartleby is the irony of the story. He is the contrast, a stationary character.
There is also the idea of conformity against nonconformity. Bartleby insists on his "I would prefer not to". In the end of the story, he dies from starvation because he "preferred no to" eat. At the same time, the movement in Wall Street does not stop. That is society's progress.
The idea of guilt in "The Scarlet Letter"
The idea of guilt in "The Scarlet Letter", based on 'the difference between shaming someone in public and allowing him or her to suffer the consequences of an unjust act privately', can be seen in Hestern Prynne and Arthur Dimmesdale.
Hertern bears on her chest the scarlet letter 'A' the represents the act of adultery that she has committed. The scarlet letter 'A' is a symbol of her sin for everybody to see, her public shaming, her punishment.
Arthur Dimmesdale (a theologian) and Hestern Prynne became lovers and he never confessed it publicly (he never confessed that he was the father of Pearl either). He deals with his guilt by tormenting himself, and, because of that, develops a heart condition as a result.
As we can see, while Hestern Prynne faces a public shaming, Arthur Dimmesdale suffers the consequences privately.
Hertern bears on her chest the scarlet letter 'A' the represents the act of adultery that she has committed. The scarlet letter 'A' is a symbol of her sin for everybody to see, her public shaming, her punishment.
Arthur Dimmesdale (a theologian) and Hestern Prynne became lovers and he never confessed it publicly (he never confessed that he was the father of Pearl either). He deals with his guilt by tormenting himself, and, because of that, develops a heart condition as a result.
As we can see, while Hestern Prynne faces a public shaming, Arthur Dimmesdale suffers the consequences privately.
The importance of the creation of a truly American setting in the novels of James Fenimore Cooper
James Fenimore Cooper created distinctive American novels. His idea was to acquaint all mankind with American facts and ideas. He believed that the most important thing for American literature was to have its own past-events, characters, themes and writers with their techniques of narration and style. Cooper based himself on the recent past to write against an established background. His novels were not mere adventures yarns. His sytle was not simply artistic. He was the responsible for the creation of an American standard of expression.
Cooper wrote a series of stories called "The Leather - Stocking Tales" and in the one of these stories, named "The Last of the Mohicans", it is possible to recognize an American setting. There was the battle between France and the Kingdom of Great Britain for the control of the American colonies (the story takes place in 1757 but the publication is from 1826) and this battle happened in the American continent. In another story of "The Leather - Stocking Tales", called "The Pathfinder", Natty Bumppoo (Cooper's main character) is considered an expert scout for the British armed forces because of his skill in the forest. And in another story named "The Deerslayer", the setting is on Otsego Lake in Central, upstate New York - the same setting of the first story published ("The Pioneers"). Cooper begins by relating the astonishing advance of civilization in New York state, which is the setting of four of his five 'Leather - Stocking Tales".
Cooper wrote a series of stories called "The Leather - Stocking Tales" and in the one of these stories, named "The Last of the Mohicans", it is possible to recognize an American setting. There was the battle between France and the Kingdom of Great Britain for the control of the American colonies (the story takes place in 1757 but the publication is from 1826) and this battle happened in the American continent. In another story of "The Leather - Stocking Tales", called "The Pathfinder", Natty Bumppoo (Cooper's main character) is considered an expert scout for the British armed forces because of his skill in the forest. And in another story named "The Deerslayer", the setting is on Otsego Lake in Central, upstate New York - the same setting of the first story published ("The Pioneers"). Cooper begins by relating the astonishing advance of civilization in New York state, which is the setting of four of his five 'Leather - Stocking Tales".
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