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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Análise do poema de Augusto de Campos "psiu" (1965)





O poema "psiu", de Augusto de Campos, traz aspectos concretistas para focar na palavra que dá título ao poema de duas formas: A primeira pode atenção. Quando alguém diz "psiu", está chamando alguém, está pedindo a atenção de alguém. No caso, pede-se a atenção do leitor para os recortes de imagens da mídia que modelam o poema. O pedido de atenção ganha aqui as pecto de denúncia (da repressão militar). Palavras como "ato", "livre", "dura", "bomba", "vamos falar", "revolução", "América", entre outras, deixam a entender que o poema trata deste período de nossa história.
A segunda possibilidade de interpretação do poema é que, através do "psiu", pedimos para as pessoas ficarem caladas, quietas. Esta passividade, mais uma vez, nos remete à ditadura militar. Porém, aqui, o poema faz o que a repressão ordena. Mas será que faz mesmo? Apesar de, no centro do poema, haver uma boca e um dedo, numa referência ao "cala boca" repressor, as palavras falam por si mesmas. A boca está fechada. Entretanto, são as palavras que parecem gritar, parecem se rebelar. A frase "saber viver, saber ser preso, saber ser solto" diz mais do que qualquer boca. E, por fim, ainda temos o poema no formato de uma bola - uma bola que gira e que pode mudar as palavras num próximo momento.

Um comentário:

Blog da Morgana disse...

Acho q a gente podia juntar as nossas respostas, e viraria um artigo.